domingo, 28 de julho de 2013

Consumismo - Da Compulsão à Cura

Endividamento, culpa e arrependimento

Compulsão é ausência de escolha consciente. 

É um estado ancorado neurologicamente, inconsciente, que retira da pessoa sua condição de escolha e a submete a um estado emocional cujo circuito neurológico a condiciona para comprar. 

Enquanto o impulso de comprar não é concluído, a pessoa não desiste. 

Verifique se isto já aconteceu alguma vez com você. 

Você já foi pego de surpresa, de uma hora para outra, com um desejo incontrolável e uma ideia súbita de estar no shopping fazendo compras, sem que você tivesse se preparado financeiramente para isto?

Incrível não é? Parece um filme em tempo real, você associado à cena, ou seja, você dentro do filme vivendo cada momento intensamente.


A partir daquele instante um gatilho dispara seu pensamento, seu corpo se agita, e aquela sensação de bem-estar invade seu peito. Pronto! A ideia fixa tomou forma e agora te comanda.  Daí em diante, sem que se aperceba, você não está mais no controle da situação. Seu único objetivo neste momento é se dirigir para um shopping ou um centro de lojas, para comprar.

É como se estivesse descendo num tobogã, onde não há mais volta. A única possibilidade é chegar ao destino. Sensação de pressa  e de falta de controle toma conta de você.  Agora, seu diálogo interno apenas te diz uma frase: tenho que comprar! Tenho que comprar aquele vestido, ou aquele sapato, aquela bolsa e por aí afora.

Este comando interno é autoritário e mandatório do seu comportamento. Ele não lhe permite escolhas. Em nenhum segundo sequer, este pensamento te permite parar e se questionar, sobre suas reais necessidades de compra, ou se seu cartão de crédito comporta mais uma dívida. O desejo é tanto, que não há preocupação alguma com o pagamento da dívida a ser contraída.

E assim, centenas de pessoas lotam os shoppings centers sem se darem conta que estão anestesiadas, robotizadas, por um diálogo interno ou por uma imagem da cena futura da compra, tão real que parece normal.

Se  não fosse compulsivo o ato de comprar, seria agradável, prazeroso e realizador. Mas não é bem assim que acontece. Geralmente algum tempo depois da compra, vem o sofrimento.

É comum, até mesmo no caminho de volta para casa, o sentimento de arrependimento, culpa e vergonha de si mesmo, por mais um ato compulsivo. Muito bem denunciado na última novela, Salve Jorge, pela atriz Helô, aquela delegada que passava sempre no shopping, comprava e escondia suas sacolas de compras ao chegar em casa.