Há uma diferença fundamental entre defender uma ideia e ser
defensivo. Quando defendemos uma ideia estamos buscando sobressair com o melhor
argumento. Isto é ótimo. Quanto melhor a ideia mais ganhamos em resultados. E
todos ganham.
Proteger nossas posições como se estivéssemos protegendo
quem somos é estar na defensiva. Ser aprovado, aceito, ter razão e dominar é
característica marcante do defensivo.
O
defensivo não escuta ninguém, somente a si próprio, e acredita sempre ter
razão.
Um dos sinais característicos do defensivismo é uma
expressão bem comum que diz: “É assim que eu sou”, ou “Eu sou assim mesmo, me
aceite como sou”. Nesta postura
inviabilizamos qualquer possibilidade de diálogo e o que seria uma possível
troca de ideias instantaneamente se transforma numa esgrima verbal, onde golpes
certeiros são trocados e deixamos de ouvir o que o outro tem a dizer quando nos
armamos e fechamos todos os canais de comunicação franca e aberta. O que
poderia ser uma oportunidade se torna algo desgastante e exigente.
A mudança de posições de defesa para defensivismo é tão
inconsciente que para defender nosso ego da superioridade do outro, travamos um
campo de batalha e automaticamente nos colocamos numa posição de vítimas
inocentes, sentindo-nos indignados e ultrajados com o outro diz.
O nosso ponto de vista tem que prevalecer a qualquer custo.
Enquanto perdemos a grande oportunidade de aprendizagem e troca de ideias e
opiniões com o próximo.
Na realidade ninguém tem tudo e a perfeição é uma ilusão.
Mas por incrível que pareça, somos condicionados a mostrar superioridade e a
vencer numa conversação, como se fosse mesmo um campeonato de competências
verbais.
Seguramente o ego desempenha um papel fundamental neste
processo de comunicação. Constantes conflitos interpessoais perpassam o
dia-a-dia das famílias, dos colegas de trabalho, das lideranças despreparadas
para assumirem posições de comando, dos negócios. O único foco está em seu
próprio brilho. O hábito de olhar por cima dos ombros e fazer com que o outro
se sinta menos toma conta de cenários empresariais e familiares onde vence não
o mais preparado, mas o mais vaidoso.
Preste atenção em sua postura durante uma conversa com
alguém, quando inesperadamente o poder do ego predomina a sua intenção e se desvia
de uma defesa honesta da sua ideia, do seu ponto de vista, para simplesmente “estar
com a razão”.
A humildade é o ponto de equilíbrio entre a essência, e o
ego. Ser humilde sem ser tolo é sabedoria. A humildade nos lembra a todo
instante que não estamos prontos, não somos superiores, estamos aqui para
aprender e evoluir espiritualmente, pois é nos encontros que nos transformamos.
Como diz William Saroyan “Qualquer um no mundo é melhor do que alguém e não tão
bom quanto outra pessoa”. A única comparação produtiva é com nossa própria
trajetória de crescimento, porque pessoas são incomparáveis.
Pense nisto!
Até breve!
Mary de Sá
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